Por Andrey Romaniuk
Sou um privilegiado. Tenho a amizade de pessoas singulares, as mais ricas do mundo, e definitivamente senhores do seu destino. Nada de histórias ordinárias de vidas iguais seguindo o velho script ditado pela cultura e sociedade. Pessoas que pensam por si, não se apegam, são livres.
Conheço pessoas que viajam distâncias homéricas carregando tudo o que tem em uma bicicleta, dedicam-se a compor e tocar os mais diversos instrumentos e boa música, sempre na contramão da popularidade, fazem cerveja artesanal em casa, digna de grandes mestres, andam equilibrando-se em uma fita estreita para chegar a lugar nenhum, sobem montanhas agarrando-se a pequenas reentrâncias na pedra, para depois descer, voam como pássaros pendurados em uma asa de nylon, pulam de um avião ou penhasco com um paraquedas, caminham horas pelo mato com uma mochila pesada nas costas, faça chuva, sol ou frio congelante, navegam pelos mares e rios flutuando como uma folha, ou afundam como um submarino explorando as profundezas, correm 40km com as próprias pernas, escrevem livros e produzem textos, criam esculturas, fazem arte, falam diversas línguas, conhecem os cantos mais lindos deste planeta, passam onde só os raros pisaram, tiram fotos que retratam muito mais do que foi registrado… vivem, muito além do que pode ser vivido.