Por Andrey Romaniuk
Esta é uma pergunta que nós, freqüentadores das montanhas, estamos acostumados a ouvir, porém vagas são as respostas que conseguimos elaborar. Divagando um pouco mais, talvez eu tenha encontrado minha resposta. Seja cruzando-os nas montanhas, seja em fotos, sempre percebo amigos montanheiros com algo em comum em suas cabeças. Vejo que em alguns casos isto os acompanha há anos, por onde quer que caminhem, os protegendo de arranhões, bambus, chuva, e principalmente do sol, do careca ao cabeludo. Independente a cor, modelo, ou material, indiscutível é a importância de estar com isto na cabeça quando em nossas serranias.
Certa vez um amigo apontou que o meu “companheiro de cabeça” já estava surrado demais e deveria ser trocado. Fiquei ofendido com tal observação, pois aquele não era motivo de abandoná-lo tamanho o carinho que cultivo por ele, e instintivamente respondi… “Você não tem nada na cabeça!”
Ironicamente, eu estava certo…
Eu tenho um texto, guardado e inacabado, falando mais ou menos sobre a mesma coisa… um grande “ode” aos chapéus, bermudas, calças… e todas aquelas roupas velhas que a gente usa como uniforme na montanha. O meu chapéu já tem rombos enormes, mas não consigo me desfazer desse velho companheiro. Bem, é isso que a gente tem na cabeça… e nós, além de tudo, temos muito cabelo também.
É sempre bom ter algo na cabeça pra se proteger; seja do sol, de pedras voadoras (aerolitos), galhos, ideologias baratas, ou comentários inoportunos…
Já dizia Monteiro Lobato, que às vezes o melhor remédio é o chapéu…
Stay Trad